
Uma operação em Pacatuba, na Região Metropolitana de Fortaleza, resultou no resgate de 16 trabalhadores em condições análogas à escravidão em um canteiro de obras de construção civil. Os resgatados eram das cidades maranhenses de Pastos Bons, Buriti Bravo, São João dos Patos e Colinas e de Batalha, no Piauí.
Segundo informações dos Auditores-Fiscais do Trabalho, os trabalhadores foram encontrados em condições precárias de vida e trabalho, e o local possibilitava situação de risco de vida iminente. O trabalho de fiscalização ocorreu entre os últimos dias 20 e 24, mas as informações foram divulgadas nesta segunda-feira (27).

Além dos auditores-fiscais do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), participaram da operação servidores do Ministério Público do Trabalho (MPT) e a Polícia Federal (PF), que atuou na segurança das equipes.
RELATOS DOS RESGATADOS
Relatos dos trabalhadores apontam que o alojamento oferecido a eles era precário e sequer acomodava todos, com registros de acidentes frequentes. Alguns deles dormiam ao relento e também não recebiam condições adequadas de alimentação, assim como tiveram as passagens de transporte descontadas indevidamente.
As comidas fornecidas diariamente, sempre em quentinhas, apresentavam cheiro “estranho”, o que muitas vezes indicava a presença de alimentos estragados.

Foto: reprodução/SRT.
Os talheres também não eram enviados, obrigando os trabalhadores a utilizarem a tampa do recipiente para comer.
“Eles dormiam em condições inóspitas, em condições insuficientes, porque o alojamento não cabia todos os 16, alguns tinham que se submeter a dormir ao relento. A alimentação fornecida era de péssima qualidade, eles eram submetidos a alguns acidentes, então havia extrema insegurança de trabalho também, tanto que a obra foi embargada pela equipe de auditores”, explicou Ervanis Brito, chefe do Setor de Segurança e Saúde da Superintendência Regional do Trabalho no Ceará.
Outro problema reportado foi a falta de fornecimento de água durante o trabalho, enquanto as garrafas que eram disponibilizadas não vinham com copos individuais ou descartáveis para facilitar o consumo.
Fonte: Diário do Nordeste



