O ex-prefeito Cid Costa parece sentir o peso das últimas derrotas. Durante uma entrevista ao PodPolitiza, que deveria ser sobre sua pretensão de disputar uma vaga na Assembleia Legislativa, o ex-gestor acabou se perdendo em ataques e insinuações. Com as contas de 2015 e 2020 sob parecer de desaprovação pela Câmara de Buriti Bravo, Cid parece ter escolhido o caminho do confronto, tentando descredibilizar o Tribunal de Contas do Estado (TCE) — justamente o órgão que pode carimbar de vez sua inelegibilidade.
Em tom de ironia e visível incômodo, Cid tentou minimizar o Selo Ouro de Transparência concedido à gestão da prefeita Luciana Leocádio, chamando o reconhecimento de “mero ato burocrático”. A fala, no entanto, soou mais como dor de cotovelo política, especialmente diante do sucesso da atual administração, que tem mais de 80% de aprovação popular e coleciona prêmios e avanços desde que assumiu o comando do município.
Os números, porém, não mentem. Nas contas de 2015, o ex-prefeito deixou caixa negativo de R$ 6,1 milhões e restos a pagar sem cobertura financeira. Já em 2020, aumentou ilegalmente os gastos com pessoal nos últimos meses de mandato, descumprindo a Lei de Responsabilidade Fiscal. Mesmo com o TCE aprovando as contas com ressalvas, a Comissão de Finanças da Câmara entendeu que as irregularidades são graves o suficiente para recomendar a reprovação total das contas.
Agora, com o risco real de ficar inelegível, Cid Costa parece buscar um novo inimigo para culpar. A tentativa de atacar o TCE soa como estratégia de quem tenta inverter a narrativa, mas a realidade é que o cerco está se fechando. O que seria uma entrevista de retomada política terminou como um ato de desespero público, de um ex-prefeito que vê seu espaço na política minguar a cada nova revelação.
